Desde 2023, Salvador tem a primeira rota regular de drones do Brasil regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC. A capital baiana também foi a primeira a adotar uma política municipal de fomento ao uso de aeronaves não tripuladas. Atualmente, o serviço é voltado para a área da medicina diagnóstica, transportando amostras biológicas e exames coletados em laboratórios.

A rota tem cerca de 35 quilômetros sobre o mar, na região da Orla, e cada drone carrega até 10 quilos por viagem, segundo o diretor de negócios do Grupo Fleury, Fernando Ramos:

 “Hoje a gente está transportando todos os materiais que são utilizados comumente na análise clínica, na medicina diagnóstica, ou seja, sangue, urina, cabelo. A gente tem uma caixa onde as amostras são acondicionadas, garantindo a integridade e o cumprimento de todos os requisitos regulatórios.”

Ele explica que a rota começa na Marina da Bahia, tem uma parada nos Jardins dos Namorados para troca de bateria e coleta de outras amostras e termina em Estela Mares. De lá, o material segue para o Aeroporto de Salvador.

Segundo Fernando Ramos, o novo modal de transporte é mais ágil e seguro, além de trazer benefícios econômicos e ambientais:

 “Em Salvador, a gente teve uma redução de quase 60% no tempo de transporte das amostras. Na saúde, o tempo importa muito, pode fazer a diferença na vida de uma pessoa, em uma decisão médica ou nas expectativas dos pacientes e da família.”

Ele acrescenta que o transporte por drones reduz custos, já que é possível realizar mais rotas no mesmo dia, e também diminui a pegada de carbono em relação a veículos que utilizam combustíveis fósseis.

A experiência pioneira em Salvador também abre espaço para ampliar o uso de drones em outros setores, como o comércio eletrônico e o atendimento a emergências. Para Ramos, dois pontos são fundamentais para a expansão da tecnologia:

 “Primeiro é a evolução da autonomia dos drones, tanto no tempo de voo quanto na capacidade de carga. O segundo ponto é a regulação. Hoje o drone não pode voar em cima de nada nem de ninguém. Então, para que a gente veja esse modal se proliferar, é importante que os órgãos reguladores avancem.”




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