Hoje é 20 de novembro. Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Para marcar a data, a Radioagência Nacional lança uma edição especial do podcast “Mulheres negras dão o tom”. 
O episódio é especial porque tem um convite importante a fazer: chamar todas as mulheres negras do Brasil para marcharem na segunda edição da Marcha Nacional das Mulheres Negras, com o lema “Por reparação e bem viver”, que acontece na próxima terça, dia 25 de novembro, em Brasília (DF).
A primeira Marcha também aconteceu na capital do país em 18 de novembro de 2015.
“Foi um marco histórico, considerando que foi a primeira marcha. Nunca houve uma marcha das mulheres negras em âmbito nacional, como foi a de 2015. E agora nós estamos preparando para a segunda marcha, depois de 10 anos”, diz Jacira Silva, jornalista e uma das principais articuladoras da marcha.
Dez anos depois, as mulheres negras vão marchar na capital do país novamente.
“A previsão é 1 milhão. A meta é 1 milhão de mulheres”, sonha Jacira.
Jacira é a nossa entrevistada nessa edição especial do podcast, que, na primeira edição, conversou com mulheres que atuam nas mais diferentes áreas da Ciência. O papo foi potente e cheio de histórias. Jacira tem 74 anos, é jornalista e foi a primeira mulher negra presidenta do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
Durante o episódio, ela conta como construiu sua trajetória, tendo o Movimento Negro Unificado como sua grande escola política. Fala também da sua atuação na Cojira, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, que tem a responsabilidade de estar com os profissionais negros e negras, contribuindo para a democratização dos meios de comunicação e fazendo o enfrentamento necessário ao racismo.
E afirma, categoricamente, que a marcha é uma forma de exigir do Estado que a reparação seja feita.
“Essa marcha traz esse processo de recuperar as perdas, os nossos direitos. Recuperar no sentido de nos somar, coletivar, aquilombar. Marchar, de fato, por direitos à saúde, à educação, à segurança. A segunda Marcha Nacional das Mulheres Negras 2025 por Reparação e Bem Viver, é uma denúncia, é exigir do Estado Brasileiro essa reparação de fato”.
Mãe de três, avó de sete, militante do Movimento Negro Unificado, sindicalista e nome de um prêmio que reconhece o Jornalismo Negro no Festival Latinidades. Jacira dá as boas-vindas e convida todas as mulheres a marcharem no próximo dia 25.
“Damos boas-vindas. Mulheres de Brasília, participem da Marcha. Tragam os seus filhos, tragam as suas crianças, traga sua tia, sua avó, sua vizinha. Vamos, de fato, lutar como a gente luta todos os dias pelos nossos direitos. Direitos e oportunidades iguais, preservando as nossas características e especificidades”.
*Com sonoplastia de Jailton Sodré.
Serviço:
Marcha Nacional das Mulheres Negras 2025
Data: 25/11/2025 – Brasília/DF
Concentração da Marcha: 9h – Museu Nacional, próximo à Rodoviária do Plano Piloto
11h – Saída da Marcha