Cursinhos populares que preparam estudantes para o ENEM vão receber um investimento de R$ 108 milhões  do governo federal. O anúncio foi feito durante um encontro do presidente Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana, com estudantes que participaram de um aulão, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Os recursos fazem parte de um novo edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, que presta suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes de baixa renda que tentam uma vaga na educação superior, por meio do ENEM. Em 2026, cerca de 500 cursinhos preparatórios devem receber o investimento anunciado.

Em seu pronunciamento, Lula incentivou os jovens a seguirem nos estudos e na carreira profissional.

“Por mais que se tenha dificuldade em casa, por mais que se tenha dificuldade financeira, por mais que às vezes as coisas não andem bem, não há possibilidade de vocês, na idade de vocês, desistirem, porque o que faz a vida valer a pena é a gente ter um objetivo, é a gente ter uma causa e a gente perseguir.”

O ministro Camilo Santana destacou programas de incentivo à permanência dos estudantes no ensino médio, como o Programa Pé-de-Meia e o de preparação para a educação superior.

“Nós tínhamos 480 mil jovens que estavam abandonando a escola pública do ensino médio todo mês no Brasil. Nós já conseguimos reduzir pela metade nesses dois anos a evasão. Portanto, tem o Pé-de-Meia e agora, para quem já concluiu o ensino médio, essa rede de cursinhos populares já existia, mas não tinha apoio do poder público. Foi o presidente Lula que, através de um decreto, criou a rede de cursinhos populares em todo o país.”

Também presente no evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi titular da Educação entre 2005 e 2012, defendeu a proposta de taxação dos super-ricos como forma de garantir recursos para saúde e educação.

“Essa turma tem que pagar imposto. Essa turma tem que colaborar com a saúde, com a educação. Essa turma tem que colaborar com a segurança pública. Não é ficar ganhando dinheiro lá em cima e não [ficar] contribuindo com o fundo público que sustenta o SUS, que sustenta a universidade pública, a escola pública.”

Ao fim do evento, o presidente Lula fez referência à taxação imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, ao citar o trabalho desenvolvido na Universidade Federal de Integração Latino-Americana, localizada em Foz do Iguaçu.

“A gente quer formar uma doutrina latino-americana com professor latino-americano, com estudante latino-americano, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente, que nunca mais um presidente de outro país ouça falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar. Não é uma questão de coragem, é uma questão de dignidade, de caráter.”

O aulão deste sábado, em São Bernardo do Campo, vai contar ainda com uma palestra ministrada pela professora Sônia Guimarães, primeira mulher negra doutora em física e docente do ITA, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, e outra de redação, com a professora Lívia Eduarda, do cursinho popular Professora Clarice, de Salvador.




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