Milhares de pessoas foram às ruas em mais de 30 cidades e capitais do Brasil neste domingo (21/9), em protesto contra o projeto que prevê anistia aos condenados por tentativa de golpe de estado e a chamada PEC da Blindagem, que prevê exigência de autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores. Na prática, a medida dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares. 
Com o mote “Congresso Inimigo do Povo”, os manifestantes, incluindo diversos artistas, pediam a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de estado e organização criminosa.
Em Salvador, na Bahia, o ato começou pela manhã, na beira da praia da Barra, onde, do alto de um trio elétrico, a cantora Daniela Mercury e o ator Wagner Moura puxaram o coro.
Em Brasília, o ato também foi de manhã, e sob um sol forte uma multidão marchou pela Esplanada dos ministérios até a frente do Congresso Nacional.
Na capital mineira, uma multidão ocupou as ruas do centro da cidade, com gritos de “Sem anistia para golpista”.
Em Recife, o ato começou por volta das 14h, no centro da capital pernambucana, com o desfile do bloco de frevo Eu Acho é Pouco, uma das mais tradicionais orquestras do carnaval de Olinda e apresentação de grupos de maracatu.
João Pessoa, na Paraíba, também registrou protestos nesse domingo. Os gritos pediam também a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. O parlamentar foi um dos principais alvos dos protestos pelo seu papel de pautar a votação que aprovou a PEC da Blindagem na Casa.
No Rio de Janeiro, mais de 40 mil pessoas ocuparam a praia de Copacabana, de acordo com cálculos do Monitor do Debate Político no Meio Digital, que vinculado à Universidade de São Paulo.
Aos gritos de “Sem Anistia” e “Viva a democracia”, os manifestantes se reuniram para escutar os discursos de lideranças políticas e assistir aos shows de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Djavan, Ivan Lins, entre outros. Já na capital paulista, ainda segundo o monitor, o ato reuniu mais de 42 mil manifestantes.
Os protestos foram convocados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligados ao PSOL, PT e movimentos populares. As manifestações contaram com a presença de sindicatos, grupos estudantis, artistas e movimentos sociais, como o MST e o MTST, além de outros partidos de esquerda e centro-esquerda.